quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Esperança

1o de janeiro de 2003. Estava feliz. Além do ano novo que se anunciava, Lula tomava posse.


Desde minha primeira eleição havia sempre trabalhado e defendido o PT contra muitos, inclusive todos meus tios, tias, primos, irmã, cunhado. Enfim, eles adoravam me provocar. Mas havia chegado o dia no qual eu começaria a ver isso tudo ir embora. Afinal, chegara o momento no qual a ética e princípios assumiriam o Governo.


Meu filho na época estava com 3 anos e ficou boa parte do dia brincando ali perto de onde eu assistia a posse pela TV com minha esposa. Não foram poucos os momentos em que me emocionava, pensando comigo mesmo: que bom que o Rafa vai poder ver algo diferente do que eu vi. Quem bom que teremos tempo de conhecer um conceito diferente de governo, algo novo, algo que preservará princípios e valores responsáveis e honestos.


Me lembro inclusive que em determinado momento do desfile no Rolls Royce, foi preciso que os seguranças empurrassem o carro para que ele subisse a rampa do estacionamento. Enquanto isso, eu pensando: isso é simbólico. Sem o povo empurrando, o governo não conseguirá mudar.


O carro enfim conseguiu subir, mas também, simbolicamente, foi embora deixando o povo que o ajudou na rampa, lá para trás... na poeira de uma cultura fisiológica, sofrendo com altos impostos e pouquíssimos benefícios. Chocado com mensalões, e no meu caso, decepcionado com a apropriação das mesmas práticas de sempre: esconder, negar, não investigar, comprar, dar o que não lhe pertence, comprometer a dignidade.


Oito anos depois, no entanto, vejo Marina Silva na TV, em entrevistas, debates, palestras e, de repente, me pego emocionado de novo. Enfim, alguém que fala algo diferente, que, até agora, se mantém coerente e que se destaca por ser assim.


Coincidentemente, depois de eu já ter decidido meu voto no PV e em Marina, Ricardo Young apareceu candidato. Bem ele que no Yázigi, sempre nos cutucou para a Responsabilidade Social, e no Ethos fez um trabalho importante junto às empresas no sentido de conscientizá-las sobre a importância de se pensar no entorno, e em quem está por lá... não de forma assistencialista, mas de forma instrumentalizadora, para que essas ações possam ter continuidade sem ficar na dependência de algum iluminado.


Bom, mas esse post não é um instrumento de campanha do PV, é sim uma declaração de voto e de que esperança é que nem saudades... pode passar um tempinho, mas ela acaba reaparecendo, nesse caso, bem hoje, às vésperas da primavera e no Dia Mundial sem Carro...


Não sei ainda quanto tempo levará para que esse projeto de governo ético e transparente seja eleito, mas acredito que ele veio para ficar e para crescer. Como uma árvore bonita e frondosa... nos ajudando a respirar em um mundo tão louco, em um planeta tão rouco.


Ah, em tempo, meus tios, tias, primos e cia ltda continuam me provocando sobre o PT... ninguém merece.