terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Um post emprestado...


Uma amiga minha me mostrou um texto super bonito que escreveu sobre perdas que a gente enfrenta na vida. Ela disse que só não colocava no blog dela por que ela não tinha um blog, então, com autorização dela, compartilho aqui:
 
" Outro dia li uma crônica da Lya Luft sobre a morte que me tocou profundamente. A Morte que vem com seus dedos magros e longos, com olhos de gato que nos espreitam no escuro e levam embora aqueles que amamos.

Foi assim que a Morte levou meus amigos queridos. Chegou sorrateira e os tirou de minha vida. É estranho e triste não ouvir mais a voz destas pessoas, suas gargalhadas, olhar nos olhos e sentir seu carinho. Estranho também, ao vasculhar a caixa de e-mail procurando um trabalho qualquer, deparar-me com e-mail dessas pessoas, como se elas estivessem vivas – o mundo virtual.

Há também a morte de relações, de coisas, de hábitos, aquelas coisas que perdemos para sempre. Perdas que cortam fundo e doem na alma. O coração aperta forte, a gente submerge e vai ao fundo do poço. Tenta flutuar mas a dor é forte, pesa e afunda.

Há anos atrás, fiz em um curso não lembro mais do quê, e o palestrante entregou para todos os participantes um cartão com uma tarjeta colada sobre uma frase. A instrução dele era que um dia em que estivéssemos muito tristes, deveríamos tirar a tarjeta. 

Muitos anos se passaram desde então, até que outro dia, encontrei o cartão esquecido em uma gaveta e senti que era hora de ver o que estava escrito nele. Levantei a tarjeta e li: 

“Vai Passar!”. 

Só isso, estas duas palavras.

É verdade. À medida que o tempo passa a gente vai se acostumando com as perdas, o corpo vai ficando mais leve e vamos emergindo. Pouco a pouco o ar volta, a gente respira mais compassadamente e uma pequena luz se acende nos sinalizando que vamos conseguir flutuar.

A saudade que sinto não acabou, mas a dor fica menos branda, o sorriso, a fé e a vontade de continuar voltam.

Vai passar! Porque tudo passa."