Uma amiga minha me mostrou um texto super bonito que escreveu sobre perdas que a gente enfrenta na vida. Ela disse que só não colocava no blog dela por que ela não tinha um blog, então, com autorização dela, compartilho aqui:
" Outro
dia li uma crônica da Lya Luft sobre a morte que me tocou profundamente. A
Morte que vem com seus dedos magros e longos, com olhos de gato que nos
espreitam no escuro e levam embora aqueles que amamos.
Foi
assim que a Morte levou meus amigos queridos. Chegou sorrateira e os tirou de
minha vida. É estranho e triste não ouvir mais a voz destas pessoas, suas
gargalhadas, olhar nos olhos e sentir seu carinho. Estranho também, ao
vasculhar a caixa de e-mail procurando um trabalho qualquer, deparar-me com
e-mail dessas pessoas, como se elas estivessem vivas – o mundo virtual.
Há
também a morte de relações, de coisas, de hábitos, aquelas coisas que perdemos
para sempre. Perdas que cortam fundo e doem na alma. O coração aperta forte, a
gente submerge e vai ao fundo do poço. Tenta flutuar mas a dor é forte, pesa e
afunda.
Há
anos atrás, fiz em um curso não lembro mais do quê, e o palestrante entregou para
todos os participantes um cartão com uma tarjeta colada sobre uma frase. A
instrução dele era que um dia em que estivéssemos muito tristes, deveríamos
tirar a tarjeta.
Muitos anos se passaram desde então, até que outro dia, encontrei o cartão esquecido em uma gaveta e senti que era hora de ver o que
estava escrito nele. Levantei a tarjeta e li:
“Vai Passar!”.
Só isso, estas
duas palavras.
É
verdade. À medida que o tempo passa a gente vai se acostumando com as perdas, o
corpo vai ficando mais leve e vamos emergindo. Pouco a pouco o ar volta, a
gente respira mais compassadamente e uma pequena luz se acende nos sinalizando
que vamos conseguir flutuar.
A
saudade que sinto não acabou, mas a dor fica menos branda, o sorriso, a fé e a
vontade de continuar voltam.
Vai
passar! Porque tudo passa."