quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

2011... 2012...


Todo ano, nessa época, perto do Natal, muita gente que conheço escreve aquelas mensagens bonitas que dizem muito e por vezes até emocionam – e aqui preciso abrir um parênteses (Lembrem que sou bastante emotivo... e para um emotivo, dezembro é um mês importante... permite que a gente descarregue boa parte do conteúdo lacrimal guardado ao longo do ano).

Fiquei pensando nesse ano e, mais do que pensar nesse ano, tenho pensado nos últimos 12 meses e em quantas mudanças houve em minha vida. Depois de bastante tempo construindo carreira em uma empresa, me senti traído e depois de tentar a sorte com os novos donos, aprendi uma coisa que Patricia, minha querida companheira e esposa, externou com sabedoria: que a distância física, muitas vezes é a menor das distâncias a serem vencidas.

Mas voltando às mudanças... no ano passado, nessa época, entre o karaokê da festa da firma no qual cantamos Bichos Escrotos e as intranquilas férias coletivas, não imaginava onde e em que situação estaria. Graças a Deus e a alguns anjos da guarda, estou de emprego novo, com muitos novos desafios, novos colegas... enfim, muita novidade.

E é aí que me assusto... já pensou em quantas coisas diferentes, inesperadas, novas, boas aconteceram com você nesse ano?
Será que tudo que rolou em 2011 estava previsto, era mais ou menos aquilo que você esperava?
Será que as pessoas que você conhece hoje são as mesmas que já conhecia? E será que as pessoas que já conhecia ainda são as mesmas pessoas?

É nisso que tenho pensado... em como a gente não tem qualquer controle sobre o que acontece conosco.

No meu caso, meu eu atual dependeu de tantas variáveis (coisas e pessoas), que nem se eu quisesse teria conseguido planejar e controlar tudo. E pensando bem... ainda bem!!! Ainda bem que conheci as pessoas que conheci, ainda bem que estudei o que pude, ainda bem que não fiquei parado, ainda bem que construí algumas coisas que me permitiram continuar de alguma forma interessante e confiável a ponto de ter estrutura para encarar as novidades que apareceram em 2011.

E em 2012???  Sei lá... só sei que quero passar bem e feliz... com pessoas de bem e felizes...

E de presente uma foto de um lugar que amo de paixão... que todos possam em 2012 e sempre ter a paz que eu tenho quando lembro dessa paisagem.


  (Mattaponi River, VA)

Em tempo: Escrever esse post ouvindo Rick Wakeman é ainda mais gostoso...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os primeiros 25 anos...


Sábado, 7 de dezembro de 1986

Camisa amarela (urghhh...), colete Jeans (urghhh 2...), cabelo mais ou menos, óculos limpo...

Vamos que vamos... na tela: Cidade Oculta, filme dirigido pela Carla Camurati com Arrigo Barnabé... trilha sonora excelente. Viva a vanguarda paulistana!

Busão... cheio, demorado. Da Mooca pro Center 3 na Paulista... Mas estava no horário.

Cheguei e logo ela estava lá. Coração acelera, um frio percorre a espinha e vamos ver o filme.

Aquele foi o primeiro dia dos nossos primeiros – até o momento – 25 anos. Dos primeiros 25 anos em que, de uma forma ou de outra ela não saiu de minha cabeça, de meus pensamentos, de meus sentimentos.

Presentes já foram muitos, mas nenhum que se equipare à convivência e ao amor que descobri ao seu lado.

25 anos de namoro... de companheirismo, de vontades, de amizade, de namoro.

Os nossos primeiros 25 anos juntos.

Parabéns P(r)ati.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hoje faz um ano...


Hoje faz um ano que tive uma notícia muito chata.

Por mais que tentasse acreditar e fazer acreditar que poderia ser diferente, no fundo imaginava que o que fora tinha se acabado.

Mais que isso, imaginava que não seria de uma hora para outra, como em um corte rápido e profundo, mas sim em um processo desgastante, lento e impiedoso que me colocaria frente a frente com a necessidade de mudar, de por um ponto final em um ciclo para poder recomeçar.

Exatamente isso... Uns não tentaram, outros se recusaram. Eu até tentei e até resisti 120 dias, 60 deles no olho do furacão em um ambiente inóspito, insalubre, frio e que me expunha todos os dias a distâncias que extrapolavam os muitos quilometros... distâncias enormes que não puderam ser transpostas.

E o ciclo se fechou.
E outro ciclo se abriu.:-))

Torço para que outros ciclos de pessoas queridas possam se fechar e, então, se abrir novamente... 


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Feedback bom é sempre bom...

Feedback bom é sempre bem vindo, não é mesmo???

Sempre me surpreendo com a forma como atingimos as pessoas quando fazemos apresentações ou palestras... Pois então... em julho, fiz uma apresentação no CBLA – Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada e ao final da sessão, Mara, uma colega do Grupo de Pesquisa da Aboradgem Hermenêutico-Fenomenológica me procurou para dizer que minha apresentação a tinha remetido para a mitologia, assunto que ela gostava muito. 
Como conheço pouco de mitologia, pedi que ela me enviasse mais material sobre essa relação que ela tinha feito e, posteriormente, Mara me escreveu esta mensagem:

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Eu sou, apenas, uma curiosa a respeito da Mitologia, mas é comum eu vivenciar situações, momentos, sensações que me remetem imediatamente a essa esfera - foi o que aconteceu durante a sua apresentação no CBLA.

Héstia é a filha primogênita de Réia e Cronos (Cronos temia ser destronado por um de seus filhos e por isso os engolia assim que nasciam).
Héstia foi uma deusa sábia, que não se deixava seduzir ou enganar, nem se envolvia em guerras ou romances.

Foi a primeira a ser engolida pelo pai e a última a ser resgatada pelo irmão - Zeus, a quem jurou virgindade.

Assim, Héstia passou a ser respeitada e admirada por todos no Olimpo, e Zeus concedeu a ela ser venerada e cultuada em templos, lares, em todos os lugares por meio do fogo (uma lareira, uma vela acesa, tochas...).

Héstia representa calor, aconchego, preservação, segurança, sabedoria e união para a humanidade - é imaterial como o conhecimento. É luz e ilumina - como o conhecimento nos ilumina, e iluminamos uns aos outros... uma tocha acende outra, uma vela acende outra vela...

Triptólemo, filho do rei Céleo, foi quem acolheu o pranto da deusa Deméter quando sua filha Perséfone foi raptada por Hades.
A deusa Deméter, então, fez de Triptólemo um imortal, ensinou-lhe a arte da cultura do trigo e o designou a difundi-la por todo o mundo.

O fogo e o trigo têm relação com a disseminação e a expansão do conhecimento. O fogo se alastra; o trigo se multiplica a partir de uma sementinha.
Assim, entende-se que uma tocha ou uma vela acesa organiza o entorno, estimula sentidos, a ordem, a reflexão, a vigilância, a concentração seja de pensamentos ou sentimentos (quantos já leram, oraram à luz de uma vela etc.).

A relação do trigo ao conhecimento está também na ação de Triptólemo ao sair pelo mundo levando o conhecimento da cultura do trigo.
Foi por isso que lembrei desse mito quando te ouvi. Destes uma aula na sua explanação, mostrastes o significado de se fazer uma pesquisa, de como ela e o pesquisador estão entrelaçados (ou deveriam estar).. Enfim, demonstrastes incrível sensibilidade (Triptólemo sensibilizou-se pelo sofrimento de Deméter e, graças a isso, ele alcançou a imortalidade e teve papel tão importante para a humanidade).

Eu penso que é dessa maneira que se consegue partilhar... amando o que se faz; dedicando-se com zelo, amor, alegria e segurança ao trabalho que assumimos.
Para mim tudo isso está explícito no seu trabalho.

Um abraço!

Mara
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Bom... nem preciso dizer que adorei o feedback, não é?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A qualquer preço...

Já há algum tempo estava com vontade de retomar meu blog... hoje me parece um bom dia. E o pior é que não é porque estou inspirado ou com vontade de escrever algo emocionante, mas sim por indignação.
Ontem nos telejornais foi divulgado um vídeo de um professor que, na função de técnico de Handball, destrata, humilha e ofende um de seus alunos, chamando-o de “burro”.
Ao ver aquilo na tela, além de ter ficado chateado pelo fato, fiquei estarrecido com a justificativa do professor. Que ele fala com os alunos dele como ele quer e que, se fosse assim, teriam que mandar prender o Bernardinho ou o Muricy Ramalho.
Há muito tempo não gosto da forma como o Bernardinho é idolatrado pelo país. Na contramão da opinião de muitos que adoram seus preceitos, incorporam suas dicas de motivação e valorizam seus livros de auto-ajuda, acho que, independentemente dele conseguir tantas medalhas, é alguém que me parece não ter medidas e limites para conseguir o que quer gritando e tendo chiliques à beira da quadra...
Podem dizer que esporte é competitivo e que a competitividade exige esses destemperos, mas acho que há outras formas de se tratar as pessoas, principalmente se você está na posição de líder e, por um motivo ou outro, em função da evidência da mídia ou da profissão, serve como referência para as pessoas.
No contexto em questão, de jogos escolares, o fato se destaca ainda mais, já que é premente que os educadores envolvidos estejam cientes de que além dos jogos em si, ensinar a perder e, o que é mais difícil, ensinar a ganhar não podem ficar relegados a um segundo plano. Portanto, parabéns ao árbitro!!!
Ser um campeão deve ser bom, mas ser um campeão gentil e humano deve ser melhor ainda.
Certa vez, em um aeroporto, presenciei Guga e seu técnico chegando atrasados ao saguão de embarque. Enquanto o técnico esbravejava com a companhia aérea exigindo tratamento especial e que tudo fosse alterado para o embarque deles pudesse ocorrer, Guga, com muita simplicidade e educação, tentava e conseguia uma alternativa. Pode ser que o fato dele ser famoso tenha sido o motivo, mas certamente, se ele, Guga, tivesse sido tão arrogante quanto seu companheiro de viagem, as pessoas não teriam se empenhado para ajudá-lo da mesma forma como ocorreu.
Como professores, somos essa referência. Temos que pensar um pouco além...
Como se sentiria esse professor se estivesse no lugar do pai do aluno vendo o telejornal nublar a imagem da face de seu filho enquanto um professor o chamava de burro? Ou como se sentiria o professor se estivesse no papel daquele aluno, humilhado e xingado em rede nacional?
Se vão prender o Muricy ou o Bernardinho, não sei, mas sei que eles são técnicos e não professores, embora seus liderados se refiram a eles, muitas vezes, usando esse termo. Já é hora dos professores delimitarem mais as fronteiras do que é ser professor... Nem todos são professores.