terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hoje faz um ano...


Hoje faz um ano que tive uma notícia muito chata.

Por mais que tentasse acreditar e fazer acreditar que poderia ser diferente, no fundo imaginava que o que fora tinha se acabado.

Mais que isso, imaginava que não seria de uma hora para outra, como em um corte rápido e profundo, mas sim em um processo desgastante, lento e impiedoso que me colocaria frente a frente com a necessidade de mudar, de por um ponto final em um ciclo para poder recomeçar.

Exatamente isso... Uns não tentaram, outros se recusaram. Eu até tentei e até resisti 120 dias, 60 deles no olho do furacão em um ambiente inóspito, insalubre, frio e que me expunha todos os dias a distâncias que extrapolavam os muitos quilometros... distâncias enormes que não puderam ser transpostas.

E o ciclo se fechou.
E outro ciclo se abriu.:-))

Torço para que outros ciclos de pessoas queridas possam se fechar e, então, se abrir novamente... 


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Feedback bom é sempre bom...

Feedback bom é sempre bem vindo, não é mesmo???

Sempre me surpreendo com a forma como atingimos as pessoas quando fazemos apresentações ou palestras... Pois então... em julho, fiz uma apresentação no CBLA – Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada e ao final da sessão, Mara, uma colega do Grupo de Pesquisa da Aboradgem Hermenêutico-Fenomenológica me procurou para dizer que minha apresentação a tinha remetido para a mitologia, assunto que ela gostava muito. 
Como conheço pouco de mitologia, pedi que ela me enviasse mais material sobre essa relação que ela tinha feito e, posteriormente, Mara me escreveu esta mensagem:

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Eu sou, apenas, uma curiosa a respeito da Mitologia, mas é comum eu vivenciar situações, momentos, sensações que me remetem imediatamente a essa esfera - foi o que aconteceu durante a sua apresentação no CBLA.

Héstia é a filha primogênita de Réia e Cronos (Cronos temia ser destronado por um de seus filhos e por isso os engolia assim que nasciam).
Héstia foi uma deusa sábia, que não se deixava seduzir ou enganar, nem se envolvia em guerras ou romances.

Foi a primeira a ser engolida pelo pai e a última a ser resgatada pelo irmão - Zeus, a quem jurou virgindade.

Assim, Héstia passou a ser respeitada e admirada por todos no Olimpo, e Zeus concedeu a ela ser venerada e cultuada em templos, lares, em todos os lugares por meio do fogo (uma lareira, uma vela acesa, tochas...).

Héstia representa calor, aconchego, preservação, segurança, sabedoria e união para a humanidade - é imaterial como o conhecimento. É luz e ilumina - como o conhecimento nos ilumina, e iluminamos uns aos outros... uma tocha acende outra, uma vela acende outra vela...

Triptólemo, filho do rei Céleo, foi quem acolheu o pranto da deusa Deméter quando sua filha Perséfone foi raptada por Hades.
A deusa Deméter, então, fez de Triptólemo um imortal, ensinou-lhe a arte da cultura do trigo e o designou a difundi-la por todo o mundo.

O fogo e o trigo têm relação com a disseminação e a expansão do conhecimento. O fogo se alastra; o trigo se multiplica a partir de uma sementinha.
Assim, entende-se que uma tocha ou uma vela acesa organiza o entorno, estimula sentidos, a ordem, a reflexão, a vigilância, a concentração seja de pensamentos ou sentimentos (quantos já leram, oraram à luz de uma vela etc.).

A relação do trigo ao conhecimento está também na ação de Triptólemo ao sair pelo mundo levando o conhecimento da cultura do trigo.
Foi por isso que lembrei desse mito quando te ouvi. Destes uma aula na sua explanação, mostrastes o significado de se fazer uma pesquisa, de como ela e o pesquisador estão entrelaçados (ou deveriam estar).. Enfim, demonstrastes incrível sensibilidade (Triptólemo sensibilizou-se pelo sofrimento de Deméter e, graças a isso, ele alcançou a imortalidade e teve papel tão importante para a humanidade).

Eu penso que é dessa maneira que se consegue partilhar... amando o que se faz; dedicando-se com zelo, amor, alegria e segurança ao trabalho que assumimos.
Para mim tudo isso está explícito no seu trabalho.

Um abraço!

Mara
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Bom... nem preciso dizer que adorei o feedback, não é?