sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

preparar para a vida

Ontem estava eu em uma reunião na escola de meu filho. A diretora contava do projeto pedagógico da escola e da opção pela extensão do trabalho de professores polivalentes até a sexta série, o que deixou alguns pais preocupados, mas sobre isso falo outro dia... hoje queria me deter em uma pergunta de um pai... o dado é que a escola tem como fama não preparar os alunos para o vestibular e nem incentivar em sala de aula a competitividade agressiva em torno de objetivos pessoais, mas sim em direção ao bem comum. A pergunta foi nessa linha: porque que a escola não se esforça para preparar os alunos para a vida? Isso porque todos sabemos que o vestibular existe e que lá fora a briga é feia.
Fiquei pensando... sabemos disso, mas será que temos que concordar e reforçar esse aspecto? Isso porque se eu me proponho a preparar as crianças para esse contexto, me proponho a perpetuá-lo... talvez até sem perceber, eu concordo com ele.
Será que preparar para a vida se resume a treinar os jovens para se sair bem em uma prova? Será que preparar para a vida é exacerbar nas crianças a pressa por chegar na frente dos outros e ser um vencedor solitário em detrimento de outros (os perdedores ou fracassados)?
No vou entrar no mérito, discursivamente já entrando, de quem está certo... só acho uma pena que haja opiniões nessa linha e, o pior, que crianças de diversas escolas estejam sendo, prioritaria e especificamente, preparadas para isso.
Competir existe e pode ser gostoso, mas há tantas outras coisas entre a competição e a linha de chegada...

4 comentários:

Marcos disse...

olá pessoal,
estou comentando meu próprio post para testar a ferramenta comentários...

Anônimo disse...

Acho que preparar para a vida é ajudar os alunos a ter uma relação epistemológica no que diz respeito à visão de mundo. Nessa linha, de um jeito mais bacana, a Rita Montalcini (Nobel de Medicina em 86) diz o seguinte:
"A razão é filha da imperfeição. Nos invertebrados tudo está programado: são perfeitos. Nós, não! E, ao sermos imperfeitos, temos recorrido à razão, aos valores éticos: discernir entre o bem e o mal é o mais alto grau da evolução darwiniana!"
Acho que informação e, principalmente, o conhecimento podem ajudar muito na questão do acesso. Mas eu acredito firmemente que, no final das contas, a consciência política e o discernimento são o que mais melhoram a vida das pessoas. Com isso que se "prepara o aluno para a vida."

Anônimo disse...

De que vale a informação se não for transformada em conhecimento? Essa é a minha pergunta. Preparar para a vida é saber o que fazer com o que temos acesso e como isso pode melhorar não só a minha vida, mas a de outros também :)

Nanda disse...

Eu ia até comentar, mas depois de ler o que o filósofo ME escreveu, fiquei sem jeito.
Acho que estamos roubando a chance das crianças serem crianças. Com esse objetivo de "preparar para vida", pais e escolas criam uma rotina massacrante para as crianças roubando um tempo precioso para brincar, sonhar, viajar nas fantasias. Estamos preparando-as para que mesmo????